Workshops
14:00 – 15:30
Ws1 - Expectativas Irrealistas na Sexualidade Humana: Desafios e Estratégias de Abordagem
Coordenação: Grupo Estudos da Sexualidade(GESEX) - APMGF
SALA 1
Enquadramento:
A sexualidade humana é influenciada por múltiplos fatores socioculturais, psicológicos e biológicos. Na era digital, o acesso ilimitado a conteúdos sobre práticas sexuais e expressões de sexualidade, incluindo a pornografia, tem contribuído para a construção de expectativas irrealistas sobre o desempenho, a frequência e a forma como a sexualidade é experienciada e expressa. Estes ideais podem gerar frustração, ansiedade de performance e dificuldades relacionais, sendo uma preocupação crescente em consultas de Medicina Geral e Familiar.
Neste workshop, exploraremos as raízes destas expectativas irrealistas, os seus impactos na saúde sexual e mental, e estratégias para uma abordagem clínica empática e centrada no paciente.
Objetivos:
- Discutir os principais fatores que contribuem para a formação de expectativas irrealistas na sexualidade humana, incluindo os papéis da pornografia, da educação sexual deficitária e das normas culturais.
- Identificar os impactos destas expectativas na saúde sexual e psicológica, tais como ansiedade de performance, dificuldades de intimidade e baixa auto-estima.
- Proporcionar estratégias práticas para profissionais de saúde na avaliação e intervenção em casos de dificuldades associadas a estas expectativas.
- Promover o diálogo interdisciplinar entre Medicina Geral e Familiar, Sexologia e Psiquiatria sobre a abordagem integrada de problemas ligados à sexualidade humana e identificação de casos com indicação para referenciação à consulta de sexologia.
Discussão:
No âmbito do workshop, utilizaremos casos clínicos e dados epidemiológicos para contextualizar a discussão. Será dada ênfase à partilha de experiências e perspetivas entre os formadores e os participantes, promovendo a construção de um conhecimento colaborativo. Os tópicos em destaque incluirão:
- A influência da pornografia nas perceções e práticas sexuais.
- O impacto das redes sociais e da cultura mediática na autoimagem e na autoestima sexual.
- Estratégias para abordar a ansiedade de performance sexual em contexto clínico.
- A importância da educação sexual para a prevenção de expectativas irrealistas e promoção da saúde sexual.
Conclusões:
O workshop culminará com a síntese dos principais pontos abordados, destacando a importância de uma abordagem empática, multidisciplinar e informada na gestão de dificuldades relacionadas com expectativas irrealistas na sexualidade humana. Reforçaremos o papel dos profissionais de saúde na promoção de uma sexualidade saudável, realista e inclusiva.
14:00 – 15:30
Ws5 - Profilaxia Pré-eposição (PrEP) nos cuidados de saúde primários: estamos prontos?
Coordenação: Grupo de Estudos Diversidades Sexuais e de Género–APMGF
SALA 2
Dinamizadores:
Médico de Família. USF Luz, ULS Santa Maria, Lisboa. Médico do GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos, GAT-CheckPointLX e GAT-Intendente. Especialização em Sexologia Clínica pela Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica. Membro do Grupo de Estudos de Diversidades Sexuais e de Género da APMGF
Médico de Família. USF São João Evangelista dos Lóios, ULS São José, Lisboa. Membro do Grupo de Estudos de Diversidades Sexuais e de Género da APMGF
Médica de Família. USF Sétima Colina, ULS São José, Lisboa. Especialização em Sexologia Clínica pela Sociedade Portuguesa de Sexologia Clínica. Membro do Grupo de Estudos de Diversidades Sexuais e de Género da APMGF
Médica de Família. USF Arco-Íris, ULS Amadora-Sintra, Amadora. Membro do Grupo de Estudos de Diversidades Sexuais e de Género da APMGF
A profilaxia pré-exposição (PrEP) está disponível em Portugal desde 2018 e mantém-se de dispensa exclusiva hospitalar à data de janeiro de 2024. Isto gerou múltiplas dificuldades de acesso, quer pela necessidade de múltiplas deslocações do utente (necessidade de consulta centralizada, dispensa hospitalar, análises) quer pela lista de espera gerada sobretudo nas grandes áreas urbanas. No entanto, em novembro de 2023 foi publicada a portaria que prevê
a extensão esta disponibilidade em ambulatório, alargando a possibilidade de prescrição por médicos especialistas de Medicina Geral e Familiar em contexto de cuidados de saúde primários. Esta medida prevê-se que entre em vigor ainda no primeiro semestre de 2024, estando ainda pendente da atualização da norma 015/2017 da DGS.
Apesar da crescente evidência, publicada há mais de uma década, sobre a eficácia da PrEP, esta medida extremamente eficaz na prevenção da infeção VIH carece de maior divulgação e conhecimento da parte não só dos utentes que mais beneficiam, mas sobretudo dos profissionais que os acompanham. Assim, e em resposta à aproximação a passos largos deste marco, este workshop tem como objetivo central preparar os médicos de família com toda a informação necessária a esclarecer os seus utentes e, caso seja opção dos mesmos, efetuar o devido acompanhamento e prescrição de PrEP.
Em termos de objetivos específicos, pretende-se:
- Resumir a principal evidência publicada, nomeadamente experiência em contexto real, da utilização de PrEP na prevenção da infeção VIH
- Conhecer quais as populações que mais beneficiam de PrEP
- Esclarecer sobre as formas eficazes de posologia da PrEP
- Resumir o atual processo de referenciação, e como se processa a transição para a nova modalidade de fornecimento de PrEP em ambulatório (pendente de publicação da NOC)
- Detalhar os procedimentos necessários em termos de monitorização ao longo de todo o processo: antes da prescrição de PrEP, imediatamente após prescrição de PrEP e seguimento a médio-longo prazo, nomeadamente MCDTs a prescrever, rastreio de infeções de transmissão sexual (ITSs), gestão de resultados
14:00 – 15:30
Ws3 - Jogo Patológico e Outras Dependências sem Substância
Coordenação: Grupo Estudos de Comportamentos Aditivos (GEsCAd) –APMGF
SALA 3
Dinamizadores:
Médica de Família. Coordenadora Geral GEsCAd. Terapeuta Familiar. Professora docente e doutorada pela Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Presidente da Associação Portuguesa de Medicina da Adição
Médica de Família. USF Reynaldo dos Santos, ULS Estuário do Tejo. Membro da coordenação do GEsCAd. Docente livre convidada da Disciplina Optativa “Alcoologia e Consequências do Consumo Nocivo de Álcool na Comunidade” da FMUL.
Médico interno de MGF. USF das Conchas, ULS Santa Maria Membro do GEsCAd.
Psiquiatra. Coordenador da Psiquiatria da One Day Clinic – Porto. Coordenador do Gabinete Neurociências – Porto. Diretor Clínico da Comunidade Terapêutica Clínica Outeiro, Membro da Direção da Competência em Adictologia Clínica da Ordem dos Médicos.
Introdução
O Jogo Patológico é definido como um comportamento de jogo problemático persistente e recorrente levando a sofrimento ou comprometimento clinicamente significativo.
As outras dependências sem substância referem-se a comportamentos que, do mesmo modo que o Jogo Patológico, não envolvem o uso de substâncias químicas, mas envolvem comportamentos aditivos. Entre estes podem estar incluídos o uso excessivo de internet, a dependência de redes sociais, a compulsão por compras, entre outros.
Objetivos
O workshop tem como objetivo abordar de forma teórico-prática a temática do jogo patológico e das dependências sem substância.
Metodologia
Pequena exposição teórica que permita enquadrar o tema e diferenciar esta área das dependências com substância, explorar as várias vertentes e implicações das dependências sem substância, nomeadamente os diversos subtipos e implicações diagnósticas, de tratamento e de riscos e impacto das mesmas, (possivelmente abordando alguma(s) dependência(s) sem substância específicas).
Análise de casos clínicos representativos dos conteúdos abordados contando com a participação ativa dos formandos e com o possível uso de perguntas em modo de televoto, com o objetivo de reforçar ativamente os conceitos mais importantes e a sua aplicabilidade prática. Por fim, espaço para discussão e apresentação de dúvidas.
Discussão
O workshop “Jogo Patológico e Outras Dependências sem Substância” pretende potenciar a aquisição de competências na área das Adições capacitando os Médicos de Medicina Geral e Familiar nesta área.
14:00 – 15:30
Ws6 - Burnout em MGF – Como manter a sanidade mental
GE Saude Mental
SALA 4
Dinamizadores:
Médico interno de MGF. USF Dafundo, ULS Lisboa Ocidental. Membro do Grupo de Estudo de Saúde Mental
Médica de Família. USF Reynaldo dos Santos, ULS Estuário do Tejo. Membro coordenador do Grupo de Estudo de Saúde Mental
Médico interno de MGF. USF Gilão, ULS Algarve. Membro do Grupo de Estudos de Saúde Mental da APMGF
Burnout é uma síndrome com prevalência crescente na classe médica. Um estudo da Ordem dos Médicos (2023) sobre burnout nos internos de formação específica concluiu que 55,3% têm risco de desenvolver burnout e que 24,7% apresentavam sintomas graves de burnout. MGF é a 8ª especialidade com mais risco de desenvolver burnout.
A síndrome caracteriza-se por exaustão emocional, despersonalização e perda de realização profissional. Se não for devidamente intervencionada pode ter consequências devastadoras para o indivíduo e para os utentes, ao encontrar-se associada a uma redução da qualidade dos cuidados de saúde e ao aumento do erro médico.
A crescente sensibilização para este problema contribui para a sua resolução, mas a sua prevalência demonstra que este não é responsabilidade exclusiva dos profissionais. Deve ser entendido como um todo, envolvendo o indivíduo, as organizações e o contexto de trabalho.
Objetivos:
- Compreender os conceitos fundamentais de burnout (definição, prevalência, fatores de risco).
- Reconhecer sintomas precoces de burnout e consequências na prática clínica.
- Identificar estratégias de prevenção, gestão do stress e promoção do bem-estar.
- Explorar técnicas e ferramentas práticas que possam ser integradas no dia a dia clínico.
- Aumentar a consciencialização e a capacidade de identificação de sinais de burnout nos colegas de equipa e nos próprios.
Metodologia
Neste workshop serão trabalhadas estratégias de intervenção individuais e organizacionais com impacto na diminuição do burnout.
Breve revisão teórica, treino prático de dinâmicas em grupo, discussão de resultados e fornecimento de material de apoio.
Discussão/Fundamentação
A exaustão emocional e o desgaste progressivo não apenas afetam a qualidade de vida dos profissionais, mas repercutem-se também na satisfação dos utentes e na segurança dos cuidados prestados. Reconhecer precocemente os sinais de burnout e implementar estratégias práticas de gestão de stress e promoção de bem-estar pode ter um impacto significativo na qualidade assistencial, na redução de erros médicos e na retenção dos profissionais no Sistema Nacional de Saúde.
14:00 – 15:30
Ws2 - Obesidade – Como vencer a Inércia
Coordenação: Grupo de Estudos sobre Obesidade (GEO) - APMGF
SALA 5
Dinamizadores:
Médica de Família. ULS Amadora Sintra
Médico de Família. ULS Oeste; CUF Torres Vedras
Médico de Família. APDP
Nutricionista, ULS Coimbra
A Obesidade é uma doença crónica, assumida como uma das pandemias do Século XXI. Considerando a prevalência crescente desta doença a nível global e o vasto leque de comorbilidades associadas, torna-se cada vez mais premente a abordagem e intervenção na Obesidade. Apesar de ser reconhecida em Portugal como doença crónica desde 2004, a abordagem deste problema de saúde pública fica aquém das expectativas. Em 2016, 22,3% dos portugueses tinham Obesidade, e dados recentes demonstram uma tendência crescente (28,7%, em 2021).
Tratando-se de uma doença de etiologia multifatorial, a abordagem terapêutica centrada na pessoa, aliada a um acompanhamento próximo e longitudinal, tem demonstrado mudanças comportamentais mais sustentadas e melhores resultados no tratamento da Obesidade. Segundo as recomendações mais recentes, a abordagem ao doente com Obesidade deve
assentar numa base estruturada, com recomendações alimentares e de atividade física, capacitando o doente para reestruturação do seu estilo de vida, e em três pilares terapêuticos essenciais - a terapia comportamental, a terapêutica farmacológica e, quando adequado, a cirurgia bariátrica. Estas armas terapêuticas devem ser adequadas às características do doente, pelo que a estratégia a adotar deve ser escolhida consoante as necessidades e preferências do doente, de modo a permitir uma melhor adesão. Assegurar a participação ativa do doente no seu tratamento é fundamental e, em muitos casos, a tarefa mais difícil de um médico de família é essencial transmitir à pessoa com Obesidade que, apesar da sua complexidade, a Obesidade é uma doença que pode e deve ser tratada. A abordagem inicial desta doença é uma das etapas mais importantes e mais difíceis, pois envolve combater a inércia do utente e do próprio médico. A entrevista motivacional tem um papel fundamental nesta fase, sendo essencial para captar o doente para o processo terapêutico. Em suma, o diagnóstico, avaliação e plano de ação no doente com Obesidade são, cada um pelas suas particularidades, desafios na prática clínica pelo que devem ser encarados com seriedade pelos Médicos de Família, assumindo que uma boa preparação levará a uma prática de excelência.
Objetivos Pedagógicos:
- Sumarizar a abordagem da Obesidade na consulta de Medicina Geral e Familiar;
- Capacitar os participantes com estratégias para a captação dos utentes para o processo terapêutico.
- Capacitar os participantes para o adequado seguimento clínico da pessoa com Obesidade.
Metodologias Pedagógicas:
· Método Expositivo
· Dinâmica de Pequenos Grupos
15:30 – 15:45
SALA 7
INTERVALO
16:00 – 17:30
Ws9 - Ponto a Ponto: Workshop de Sutura para Médicos de Família
Coordenação: Grupo de Estudos Gestão em Saúde (GEST) - APMGF
SALA 1
Dinamizadores:
Médico interno de MGF. USF Afonsoeiro, ULS Arco Ribeirinho
Médico de Família. USF Cedofeita, ULS Santo António
Médico de Família. USF Garcia de Orta, ULS Santo António
Médica interna de MGF. USF D. João V, ULS Santa
A realização adequada de sutura é dependente da prática e treino, sendo os conhecimentos nesta área muitas vezes negligenciados na formação específica de Medicina Geral e Familiar. Frequentemente, os profissionais têm o seu primeiro contato prático com suturas em ambientes clínicos reais, enfrentando pacientes reais. Tal resulta em insegurança na realização de técnicas de sutura e de procedimentos de pequena cirurgia nos Cuidados de Saúde Primários. É nesse contexto que surge a necessidade de preencher essa lacuna, transformando a sutura num ato de autonomia e desenvolvimento profissional. Uma formação prática e direcionada torna-se essencial para sustentar uma prática clínica segura e informada em suturas de feridas cutâneas.
O Workshop “Ponto a Ponto: Workshop de Sutura para Médicos de Família” é direcionado para médicos especialistas e internos de Medicina Geral e Familiar, de modo a capacitar e promover o desenvolvimento de competências e confiança na realização de suturas no quotidiano.
Objetivo geral:
Aquisição de competências básicas para a realização de diferentes técnicas de sutura.
Objetivos específicos
- Identificar situações e indicações em que se recorre à sutura.
- Conhecer os diferentes tipos de pontos de sutura.
- Identificar e saber escolher e manipular o material necessário para realizar suturas.
- Executar corretamente as técnicas de assepsia.
- Executar corretamente técnicas de anestesia local.
- Aprender a realizar pontos simples e complexos.
- Conhecer cuidados pós-sutura e gestão de complicações.
Atividades:
O workshop será dividido em duas componentes: teórica e prática.
Componente teórica – 15 minutos
Em formato de apresentação teórica, com exposição dos seguintes conteúdos:
I Instrumentos básicos e sua manipulação para a realização de sutura.
II Assepsia e preparação do campo cirúrgico.
III Princípios básicos das técnicas de anestesia local e caracterização dos diferentes anestésicos locais.
IV Identificação e seleção do fio de sutura adequado para cada situação.
V Tipos de sutura: pontos simples e pontos complexos.
VI Cuidados de penso e gestão de complicações.
VII Apresentação do “Manual de Boas Práticas em Pequena Cirurgia nos Cuidados de Saúde Primários”
Componente prática – 1 hora e 15 minutos
Demonstração da técnica de assepsia, técnica de anestesia local e dos diferentes tipos de sutura (pontos simples e complexos). Prática em modelos, com tutoria dos formadores.
16:00 – 17:30
Ws12 - Indicadores na Diabetes
GECoordenação: Grupo de Estudos em Diabetologia (GED)- APMGF
SALA 2
Dinamizadores:
Médica de Família. USF Araceti
Médico de Família. USF Beira Ria
Médico interno de MGF. USF Alvalade
Médica de Família. USF O Basto
A contratualização e negociação de indicadores é uma atualmente a base para a avaliação da atividade desenvolvida nos cuidados de saúde primários, sendo um pressuposto fundamental para a melhoria contínua das unidades.
Considerando a prevalência da diabetes, os indicadores associados a esta doença constituem naturalmente uma importante fatia dos indicadores a contratualizar. As metas a atingir visam práticas assistenciais assertivas, com a gestão adequada dos recursos de saúde e consequente redução dos internamentos e mortalidade.
Objetivos Pedagógicos:
- Discutir os indicadores na área da diabetes, tendo em conta a prática clínica diária e as orientações clínicas mais recentes, procurando em simultâneo a coordenação e a integração de cuidados centrados no paciente
Metodologias Pedagógicas:
- Método Expositivo
16:00 – 17:30
Ws8 - Desafios de comunicação com o doente com necessidades especiais – centrar na pessoa
Coordenação: Grupo de Estudos Medicina Centrada na Pessoa - APMGF
SALA 3
Dinamizadores:
Médica de Família. USF Saúde Laranjeiro, ULS Almada-Seixal
Médica de Família. USF Oceanos, ULSM
Médica de Família. USF São João do Pragal, ULS Almada-Seixal
Médica interna de MGF. USF Coimbra Centro
Comunicar é numa necessidade básica de qualquer doente. A comunicação eficaz é fundamental para garantir a adesão terapêutica e a prestação de cuidados de saúde de qualidade ao doente. De acordo com os Censos de 2021, em Portugal, 10,9% da população total residente (1,1 milhões de pessoas) tem, pelo menos, uma incapacidade no domínio da visão, audição, mobilidade, cognição e comunicação verbal. A dificuldade de comunicação adequada e apropriada entre estes doentes e o seu Médico de Família constitui uma importante barreira nos cuidados de saúde prestados.
Objetivos:
- Identificar e experienciar as necessidades comunicacionais dos doentes com necessidades especiais.
- Aplicar os princípios da Medicina Centrada na Pessoa (MCP) e utilizar estratégias práticas na consulta que contribuam para melhorar a prestação de cuidados de saúde nesta população.
Metodologia:
No presente workshop (WS), os participantes serão distribuídos em grupos e convidados a rodar por três “estações”, onde poderão simular a perda sensorial (afasia, surdez ou cegueira), experienciando a situação de consulta “na pele” do doente. Posteriormente, é proposta uma reflexão em pequeno grupo, facilitada pelos moderadores, acerca da experiência e das barreiras percebidas, bem como das ferramentas e estratégias de comunicação centrada no doente que poderão ajudar a ultrapassá-las. Seguir-se-ão, apresentações plenárias e sua discussão. O WS será avaliado pelos seus frequentadores.
Discussão:
Workshop interativo com cenários clínicos e roleplay, transmissão de conhecimentos e prática de MCP pelos participantes em situações desafiantes da prática da MGF.
Resultados:
Espera-se que as descobertas realizadas pelos grupos possam conduzir a uma mudança na atitude e comunicação com os doentes com necessidades especiais observados na consulta dos participantes.
16:00 – 17:30
Ws11 - Suplementação Multivitamínica na Gravidez
Coordenação: Grupo de Estudos de Saúde da Mulher – APMGF
SALA 4
Dinamizadores:
Médica de Família. USF S. Martinho de Pombal, ULS Região Leiria
Médica de Família. USF Vale do Arunca, ULS Região Leiria
Médica interna de MGF. USF Valflores, ULS São José
O crescimento e desenvolvimento do feto e da placenta, bem como a preparação das glândulas mamárias para o processo da lactação são modificações fisiológicas de uma grávida, que carecem de um aporte suplementar de nutrientes. Uma alimentação equilibrada, variada e completa tem sido reconhecida como uma condição essencial para uma gravidez saudável.
Ainda assim, para suprimir as necessidades acrescidas, de acordo com a Direção Geral de Saúde (DGS), o ácido fólico e o ferro, são os nutrientes mais recomendados como suplementação na gravidez e, atualmente, também se recomenda o iodo. É importante adequar a sua utilização mediante as necessidades individuais de cada grávida, podendo ser necessário suplementar com outros nutrientes, caso se justifique. Tem sido prática corrente a suplementação diária oral de ferro e ácido fólico recomendada, como parte da assistência pré-natal, para reduzir o risco de baixo peso no nascimento, anemia materna e deficiência de ferro. O ácido fólico é uma intervenção importante para prevenção de defeitos do tubo neural e o iodo tem benefícios no neurodesenvolvimento infantil.
A suplementação tem vindo a conquistar destaque em diversos grupos, em especial atenção o das grávidas. Consideradas nutricionalmente vulneráveis, tornam-se o foco de uma crescente oferta de produtos desenvolvidos para responder às suas necessidades específicas.
A suplementação na gravidez define-se como a utilização de doses previamente definidas de micronutrientes, geralmente sob a forma de comprimidos, em pessoas que possuem o diagnóstico de deficiência nutricional, ou que se encontram em determinados grupos de risco (como é o caso das grávidas). Os suplementos multivitamínicos tornaram-se uma forma confortável de prevenir deficiências, contudo, estes não apresentam o mesmo controlo de qualidade que os medicamentos, podendo ser difícil saber a informação exata dos constituintes e respetivas quantidades.
Apesar da suplementação ser importante, nem sempre é necessária e pode, muitas vezes, ser acompanhada de efeitos adversos e interações. Neste âmbito, os suplementos usados na gravidez necessitam de mais estudos, como no caso do zinco, dos ácidos gordos e dos flavonóides que ainda deixam algumas dúvidas.
Com este workshop pretende-se mostrar a importância e a pertinência de uma suplementação adequada e adaptada a cada grávida.
Em suma, a sua necessidade deve ser avaliada e prescrita pelo médico responsável pelo acompanhamento da mulher grávida.
16:00 – 17:30
Ws14 - Risco Cardiovascular: gerir, monitorizar e ganhar!
Coordenação: Grupo de Estudos de Doenças Cardiovasculares (GEsDCard) – APMGF
SALA 5
Dinamizadores:
Médico de Família. USF Marco, ULS Tâmega e Sousa
Médica de Família. USF do Arco, ULS São José
Médica de Família. USF S. Julião de Oeiras, ULS Lisboa Ocidental
A doença cardiovascular (CV) continua a ser a principal causa de morte em Portugal, onde a prevenção deve manter-se prioritária para a medicina geral e familiar. O peso diário da consulta exige um grande esforço na gestão do tempo, no entanto a avaliação individual do risco cardiovascular deve ser prioritária sobretudo para obtermos uma redução de eventos a médio e longo prazo, aumentarmos a sobrevida da população com maior qualidade de vida e melhorar a sustentabilidade do sistema nacional de saúde.
Nos últimos anos, têm surgido várias ferramentas que nos auxiliam a tomar a melhor decisão e a monitorizar o nosso utente a longo prazo de forma a reduzir a mortalidade e/ou eventos CV. É o caso de vários exames complementares de diagnóstico (ECD) que, em 2025, serão comparticipados e por isso este workshop irá procurar esclarecer a sua utilidade clínica de acordo com a melhor evidência científica.
Com este workshop e de forma interativa, pretendemos discutir casos clínicos, partilhar ferramentas digitais disponíveis no auxílio da gestão do risco cardiovascular, abordar os motivos de prescrição e a interpretação dos vários ECD, e por fim a monitorização destes doentes a curto, médio e longo prazo.
Objetivos de aprendizagem
1) Como determinar o risco cardiovascular de forma mais precisa
2) Saber abordar os doentes nos diferentes patamares de risco
3) Compreender os ECD disponíveis para avaliação de risco CV
4) Monitorizar o risco cardiovascular
Metodologia
1) Exposição sumária orientada para a prática clínica.
2) Exemplos de vinhetas clínicas de acordo com diferentes patamares de risco.
3) Discussão de vários casos clínicos entre pares de forma pratica e interativa.
Dinamizadores
17:30 – 18:00
SALA 7
COFFEE BREAK
18:00 – 19:30
Ws17 - POCUS na prática clínica: escape room
Coordenação: Grupo de Estudos em Ecografia Point-of-Care (GEco) – APMGF
SALA 1
Dinamizadores:
Médica interna de MGF. USF Reynaldo dos Santos, ULS Estuário do Tejo
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Médico de Família. USF Cruz de Malta, ULS Póvoa de Varzim/Vila do Conde
Médico de Família. USF Rodrigues Miguéis - ULS Santa Maria
A ecografia point-of-care é uma ferramenta diagnóstica de grande valor na prática clínica diária, destacando-se por sua segurança, praticidade e riqueza de informações. Tem aplicabilidade num conjunto muito variado de situações clínicas e tem vindo a ser cada vez mais utilizada na MGF. Contudo, em Portugal a sua disseminação está ainda no início, sendo fundamental nesta fase a criação de iniciativas de divulgação e formação pós-graduada nesta área.
Objetivos:
- Explorar as capacidades do POCUS (Point-of-Care Ultrasound) na prática clínica, evidenciando seu papel no diagnóstico e na tomada de decisão terapêutica.
- Desenvolver competências práticas para a integração dos resultados ecográficos na condução de casos clínicos, otimizando as estratégias terapêuticas.
- Familiarização com conceitos básicos de ecografia, nomenclatura utilizada e indicações para ecografia.
Metodologia:
Este workshop será conduzido em formato interativo, centrado na discussão de casos clínicos reais, em metodologia “escape room”. Os participantes serão distribuídos por 4 bancadas práticas (as quatro “salas” de onde têm de escapar) onde irão analisar um (ou mais) caso(s) clínico(s), utilizando achados de ecografia point-of-care como complemento ao exame objetivo. Através de simulações e revisões de caso, os médicos aprenderão a:
- Identificar achados ecográficos chave em diversas condições clínicas.
- Integrar a ecografia no raciocínio clínico para tomada de decisão
- Conceitos básicos de ecografia, instrumentação e nomenclatura.
Este workshop é uma oportunidade única para os médicos de família aprofundarem seus conhecimentos em ecografia point-of-care, ferramenta cada vez mais importante na prática clínica do séc. XXI.
18:00 – 19:30
Ws15 - Doença Hematológica na Mulher
Coordenação: Grupo Estudos de Hematologia - APMGF
SALA 2
Dinamizadores:
Médica Família. Coordenadora do GEH
Ginecologista/Obstetra. ULSTS
Hematologista. Clínica da ULSGE
O estudo Empire, realizado em 2013, em Portugal, envolveu 8000 adultos e concluiu que um em cada cinco portugueses sofre de anemia, o que representa 20% da nossa população. No entanto, nas mulheres mais jovens, entre os 18 e os 34 anos, a prevalência de anemia atinge os 30%. Assim, esta população merece a nossa atenção e cabe aos Médicos de Família reconhecer esta vulnerabilidade, identificar os fatores risco e atuar preventiva e corretivamente. Com este workshop queremos abordar três grandes temáticas hematológicas centradas na mulher:
- Ferropenia na mulher sem anemia. O que nos diz a Medicina Baseada na Evidência?
- Ferropenia na gravidez e puerpério. Rever as últimas Guidelines da International Federation of Gynecology and Obstetrics (FIGO) de 2023, da European Hematology Association (EHA) de 2024 e do American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) e da United States Preventive Services Task Force (USPSTF) de 2024.
- Anemia não ferripriva na mulher.
18:00 – 19:30
Ws16 - Indicadores em Saúde – Metodologias Práticas e Impacto na Gestão
Coordenação: Grupo de Estudos de Gestão em Saúde (GEST) – APMGF
SALA 3
Moderador:
Dinamizadores:
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O que são indicadores de saúde? São sem dúvida uma ferramenta da nossa realidade quotidiana que nos ajudam a medir e entender a situação de saúde de uma comunidade, população ou sistema de saúde. Fornecem-nos informações cruciais para avaliar a eficácia de políticas públicas, programas de saúde e a qualidade do atendimento prestado pelos serviços de saúde. São como uma espécie de "termómetro" da saúde, que nos permite identificar problemas, fazer comparações e, mais importante, tomar decisões para melhorar a saúde das pessoas. Neste workshop, vamos discutir os diferentes tipos de indicadores de saúde, como indicadores de acesso, gestão de saúde, gestão da doença, qualificação da prescrição, entre outros. Uma oficina de trabalho onde será realizada uma abordagem prática e interativa para capacitar os participantes no desenvolvimento e implementação de indicadores eficazes, adaptados aos diferentes níveis de cuidados de saúde. Além disso, queremos que este workshop seja um espaço interativo e colaborativo. Durante o evento, teremos atividades práticas, estudos de caso e discussão em grupo, onde poderão compartilhar experiências, tirar dúvidas e aprender de forma dinâmica e aplicada. No final, esperamos que todos adquiram uma compreensão clara sobre a importância dos indicadores de saúde e como utilizá-los de maneira eficaz nos seus contextos profissionais. Vamos transformar dados em conhecimento, e conhecimento em ações que promovam uma saúde de qualidade para todos.
Objetivos Pedagógicos:
1. Conceitos e fundamentos dos indicadores de saúde;
2. Critérios de construção e seleção baseados na metodologia SMART (Specific, Measurable, Achievable, Relevant, Time-bound);
3. Alinhamento dos indicadores com os objetivos estratégicos organizacionais;
4. Boas práticas para a implementação, monitorização e avaliação contínua dos indicadores;
5. Estudos de caso e exemplos concretos aplicados à prática clínica e à gestão.
Atividades:
Painel de discussão, Desenvolvimento de exercícios práticos.
Métodos/Técnicas:
Interrogativos (dedutivo e interrogativo), Ativos (simulações, trabalhos de grupo, brainstorming), Expositivo
18:00 – 19:30
Ws20 - Prescrição de Apps e Terapêuticas Digitais: Evidências, Regulamentação e Aplicabilidade no Contexto da MGF
Coordenação: Grupo de Estudos Saúde Digital – APMGF
SALA 4
Dinamizadores:
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A integração de aplicações móveis e terapêuticas digitais na prescrição de exercícios e reabilitação em cuidados de saúde primários tem atraído crescente atenção nos últimos anos. Evidências indicam que estas tecnologias melhoram o envolvimento dos pacientes, aumentam a adesão a regimes de exercício e resultam em melhores desfechos clínicos. Estudos como o de Gell (2024) destacam o valor destas ferramentas para profissionais e pacientes, promovendo transparência e apoio mútuo, especialmente em condições como artrite. Revisões sistemáticas corroboram esses achados, como os de Rintala et al. (2022), que demonstram melhorias na função física e níveis de atividade em sobreviventes de AVC, e os de Milne-Ives et al. (2020), que enfatizam o papel das apps na promoção da atividade física e saúde comportamental.
A formação abordará a base científica e evidências para a prescrição de soluções digitais, explorando o quadro regulatório europeu e os mecanismos de reembolso presentes na Alemanha, França e Bélgica. Serão discutidas as principais indicações terapêuticas para o uso de apps e terapêuticas digitais.
Teremos casos clínicos práticos que ilustram a aplicabilidade destas tecnologias no dia a dia dos médicos de família, evidenciando como as prescrições estruturadas podem ser otimizadas para melhorar a adesão do paciente. A implementação de intervenções digitais é especialmente relevante na gestão de condições crónicas e no contexto de promoção de saúde pública, como enfatizado por Mas-Alòs et al. (2021) e O’Gorman e Norris (2021), destacando o impacto positivo dessas abordagens durante a pandemia de COVID-19.
Esta formação visa capacitar os médicos de família a integrar ferramentas digitais na prática clínica, promovendo um modelo de cuidados mais eficiente e centrado no paciente, alinhado às melhores práticas internacionais.
18:00 – 19:30
Ws21 - Alimentação e Nutrição: Desmistificar com Ciência
GE Saude Digital
SALA 5
Dinamizadores:
ProChild CoLAB Against Child Poverty and Social Exclusion
Introdução:
A alimentação e a nutrição constituem áreas centrais na prática clínica de Medicina Geral e Familiar, sendo frequentemente alvo de mitos que podem comprometer a orientação adequada dos utentes. Neste contexto, os médicos de Medicina Geral e Familiar desempenham um papel fundamental na promoção da saúde e da literacia alimentar, devendo estar capacitados para distinguir a evidência científica da desinformação prevalente nas temáticas da alimentação e nutrição.
Objetivos e metodologia: Este workshop visa desmistificar os mitos alimentares mais comuns, fornecendo uma compreensão crítica baseada em evidência científica sobre os principais temas de nutrição que afetam a saúde pública. Através de uma abordagem dinâmica e interativa, os participantes serão convidados a explorar, discutir e analisar, de forma colaborativa, os mitos alimentares e nutricionais frequentemente presentes nas consultas médicas. O workshop será desenvolvido com recurso a atividades práticas, tais como debates e um quiz permitindo uma aprendizagem ativa e a troca de experiências entre colegas. Serão ainda discutidas estratégias de comunicação eficazes para a desmistificação de mitos alimentares, com o objetivo de capacitar os médicos para a promoção de comportamentos alimentares saudáveis em contexto de consulta. Pretende-se também, através de uma análise fundamentada, reforçar a capacidade dos médicos em fornecer informações precisas, claras e baseadas em evidência científica, contribuindo para a melhoria da saúde e bem-estar da população. Este evento visa, assim, não só atualizar o conhecimento dos médicos sobre alimentação e nutrição, mas também sensibilizá-los para o papel fundamental que desempenham na promoção de literacia alimentar e na prevenção e tratamento de doenças não transmissíveis relacionadas com a alimentação.
Resultados esperados: No final do workshop, espera-se que os participantes adquiram competências para orientar os seus utentes de forma mais eficaz, corrigindo mitos alimentares e promovendo escolhas alimentares saudáveis e informadas.